A Rússia foi alvo na madrugada desta terça-feira (11) do maior ataque ucraniano desde o início da guerra, há três anos. © Fotomontagem com imagens da Reuters/Stringer/Handout via REUTERS
Ao menos 337 drones foram interceptados, sendo que 91 deles sobrevoaram a capital Moscou e seus arredores. Outros 126 foram abatidos sobre a região de Kursk, na fronteira entre os dois países.
De acordo com o Ministério russo da Defesa, ao menos uma pessoa morreu e nove ficaram feridas por destroços dos projéteis.
A vítima era um guarda de 38 anos que trabalhava no centro de distribuição de uma empresa agroindustrial, cujas instalações foram danificadas em Domodedovo, a 37 quilômetros ao sul de Moscou.
Em um comunicado, as autoridades russas indicaram que todos os drones foram interceptados pelo sistema de defesa aérea do país. “Especialistas dos serviços de emergência trabalham no local onde os destroços caíram”, informou o prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin.
As mídias estatais informaram que os trilhos de uma estação ferroviária a cerca de 30 quilômetros de Moscou foram danificados pelos destroços de drones.
No Telegram, publicações também mostraram incêndios em zonas residenciais nos arredores da capital. Nas imagens, é possível ver prédios com janelas quebradas e buracos nos telhados.
Por medida de segurança, voos foram suspensos nos quatro principais aeroportos de Moscou e outros dois aeroportos na periferia da capital foram fechados.
Outras regiões visadas incluem Bryansk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, bem como Ryazan, no sudeste da capital, Kaluga, no sudoeste, Voronezh, no sul e Nizhny Novgorod, no nordeste.
Uma investigação foi aberta, anunciou o Comitê Investigativo Russo. O Kremlin denuncia um ataque contra civis.
Expectativa para encontro em Jedá
Os ataques ocorrem poucas horas antes de negociações entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dirigentes sauditas e dois representantes dos Estados Unidos – o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro nacional de segurança Mike Waltz – em Jeddah, na Arábia Saudita.
O objetivo é definir as condições para um acordo de paz e um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.
As agressões também ocorrem poucas horas antes de uma visita a Moscou do Secretário-Geral da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Feridun Hadi Sinirlioglu, que deve se encontrar com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nesta terça-feira.
“Esta não é a primeira visita a Moscou de uma delegação internacional de alto nível que é acompanhada por um ataque de drones de forças ucranianas”, escreveu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, no Telegram, dizendo que tais ações privam a OSCE de seu “significado inicial, o de garantir a segurança e a cooperação na Europa”.
De acordo com Kiev, o ataque massivo de drones contra Moscou e arredores tem como objetivo “incitar” o presidente russo, Vladimir Putin, a aceitar uma trégua aérea.
A medida foi proposta pela Ucrânia como pré-condição para possíveis negociações visando acabar com a guerra. “Este é outro sinal para (Vladimir) Putin se interessar por uma trégua aérea”, disse Andriy Kovalenko, porta-voz do Centro Contra a Desinformação do governo ucraniano.
(Com AFP) – Divulgação: scctv.net.br/Rádio Giramundoweb/@Giramundoweb