Inter jogou com um jogador a mais desde o primeiro tempo, mas não conseguiu vencer o Atlético-MG em casa. Foto : Pedro Piegas
Clube vive ambiente de pressão, apoio, medo e cobranças em meio à luta para afastar o risco de rebaixamento
O empate sem gols com o Atlético-MG, neste domingo, no Beira-Rio, expôs o clima de pressão que domina o Inter dentro e fora de campo. O resultado, que manteve o time perigosamente próximo da zona de rebaixamento, foi acompanhado de um ambiente de apreensão entre jogadores, dirigentes e torcedores, mesmo com o apoio que veio das arquibancadas durante os 90 minutos.
Apesar da expectativa de público modesto — pouco mais de 22 mil torcedores —, mais de 32 mil colorados compareceram ao estádio. O incentivo foi constante, e a torcida tentou empurrar a equipe até o apito final. Mas, após o encerramento da partida, as vaias tomaram conta do Beira-Rio quando os jogadores se dirigiram ao centro do gramado para agradecer o apoio.
Nas cabines onde estavam os principais dirigentes do clube, o nervosismo também era evidente. Gritos, desabafos e lamentos foram ouvidos durante o jogo. Além disso, os dirigentes foram alvo de protestos inusitados: torcedores distribuíram cédulas falsas de real com os rostos do presidente Alessandro Barcellos, do vice de futebol José Olavo Bisol, do vice-presidente eleito Evandro Morbach e do executivo André Mazzuco.
Após o jogo, Bisol procurou demonstrar serenidade diante das críticas. “Encaro os protestos com naturalidade. Quando não tem resultado, o torcedor fica chateado. Eu encaro como gasolina para continuar trabalhando e melhorar”, declarou o dirigente, que deu entrevista após a partida em um ato que deve se repetir após os próximos compromissos.
Na entrevista coletiva, o técnico Ramón Díaz e seu auxiliar Emiliano procuraram valorizar a atuação da equipe, apesar do resultado frustrante. Eles reconheceram, contudo, que a derrota para o Fluminense, na rodada anterior, teve um peso diferente. “Aqueles não éramos nós”, afirmou Emiliano, em uma fala recheada de palavrões e desabafos.
Os dois também lamentaram o vazamento de discussões internas do elenco, como o desentendimento entre Bernabei e D’Alessandro e a perda de espaço de Carbonero, que foi para o banco por falta de empenho nos treinos. “O que corra, vai jogar. Não tem muito mistério. Carbonero é um jogador importante e vai ter possibilidade”, resumiu o auxiliar.
A comissão técnica e os jogadores já tratam o próximo compromisso, contra o Vitória, nesta quarta-feira, no Barradão, como uma verdadeira final. O adversário baiano está cinco pontos atrás do Inter e é concorrente direto na luta contra o rebaixamento.
A tensão também se refletiu fora das quatro linhas. Após o término da partida, uma confusão entre torcedores colorados ocorreu próximo ao portão de saída da imprensa. A briga foi rapidamente contida por seguranças do estádio e pela Brigada Militar, mas deixou evidente o grau de irritação e ansiedade que tomou conta do ambiente colorado.
O Inter, pressionado, tenta agora transformar a tensão em reação. A missão é clara: vencer em Salvador para afastar o fantasma do rebaixamento que insiste em rondar o Beira-Rio.
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Fabrício Falkowski – Divulgação: scctv.net.br/Rádio Giramundoweb/@Giramundoweb/@SCCTV3





