Para 2024, espera-se um crescimento de 3% no Brasil.
A economia mundial vai crescer 3,2% este ano e no próximo, previu o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (22), optando pela prudência nas suas previsões devido à desaceleração em países emergentes como China, México e Rússia.
Por ocasião da publicação do seu relatório anual sobre a economia mundial (WEO), o FMI manifestou preocupação com o aumento da incerteza a nível global, devido à multiplicação dos riscos tanto geopolíticos como econômicos, em particular a desaceleração econômica registrada na China.
“Os riscos se intensificam”, por exemplo as tensões geopolíticas, que podem fazer subir os preços da energia, alertou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em entrevista à AFP.
Gourinchas, em coletiva de imprensa posterior, insistiu nos “riscos de escalada de conflitos regionais, em particular no Oriente Médio, que poderiam pesar fortemente sobre os mercados da energia”.
Como consequência, as previsões de crescimento permanecem fracas a nível mundial. Alguns países gozam de melhor saúde econômica do que outros.
Os Estados Unidos deverão terminar o ano com um crescimento de 2,8%, estima o FMI, que prevê uma expansão de 2,2% da maior economia do mundo em 2025.
“Estamos perto” de um “pouso suave” para a economia americana, disse Gourinchas. “O consumo está indo muito bem e ao mesmo tempo a inflação continua desacelerando”.
Por “pouso suave” entende-se controlar a inflação sem recessão.
Economias emergentes
Entre os países emergentes, a China continua mostrando sinais de fraqueza.
As estimativas do FMI não consideram os recentes planos de Pequim para reativar a sua economia anunciados nos últimos dias. No estado atual, a organização econômica internacional prevê um crescimento do PIB do país de 4,8% este ano e de 4,5% no próximo.
“A economia chinesa deve descobrir como desenvolver os seus motores de crescimento interno, encontrar formas de estimular o crescimento sustentável com a sua demanda interna, especialmente por meio do desenvolvimento da proteção social para liberar uma parte da poupança”, sublinhou Gourinchas.
América Latina e Caribe seguem a tendência geral: o crescimento econômico diminui de 2,2% em 2023 para 2,1% em 2024, antes de aumentar para 2,5% em 2025.
No que diz respeito às últimas previsões do FMI de julho, os dados para este ano melhoram 0,3 ponto percentual, enquanto diminuem 0,2 ponto para 2025.
Para 2024, espera-se um crescimento de 3% no Brasil, 1,5% no México, 1,6% na Colômbia, 2,5% no Chile, 3% no Peru, 0,3% no Equador, 3% na Venezuela, 1,6% na Bolívia, 3,8% no Paraguai e 3,2% no Uruguai.
A Argentina, a terceira maior economia da América Latina, continuará com a tendência recessiva do ano passado.
As nuvens pesadas persistem em meio ao turbilhão reformista do presidente ultraliberal Javier Milei, com uma contração de 3,5% este ano.
No entanto, o crescimento deverá se recuperar consideravelmente em 2025, a 5%, segundo o FMI, organização com a qual o país deve pagar um empréstimo de 44 bilhões de dólares (251 bilhões de reais na cotação atual).
Nem tudo é negativo: a inflação cai para a meta de 2% nas principais economias, um sucesso que se deve, segundo o FMI, aos bancos centrais.
“Estamos sempre um pouco acima, mas estamos cada vez mais próximos e a diferença deve diminuir em 2025”, disse Gourinchas.
“Ao mesmo tempo, o crescimento resistiu e continuará resistindo, por isso um pouso suave está à vista e é uma grande conquista”, acrescentou.
Na maioria dos países latino-americanos, a inflação caiu, mas alguns registraram revisões em alta desde abril devido a uma combinação de fatores.
O FMI cita “o sólido crescimento salarial que impede uma desinflação mais rápida no setor de serviços” no Brasil e no México, fenômenos meteorológicos na Colômbia e “aumentos nas tarifas elétricas reguladas” no Chile.
Na Europa, o novo motor da zona do euro é a Espanha: +2,9% este ano e 2,1% em 2025.
A Alemanha, por outro lado, terá um crescimento nulo este ano e crescerá 0,8% em 2025, segundo as previsões do FMI.
A França permanece estável em 1,1% em 2024 e 2025.
A Rússia, submetida a sanções, mas com uma economia sustentada pelo gasto militar, terminará o ano com um crescimento de 3,6%.
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Divulgação: scctv.net.br/Rd Giramundoweb/@Giramundoweb
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