Atleta brasileira conquistou o título na prova de salto sobre a mesa. (Foto: Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
A ginasta brasileira Rebeca Andrade faturou nessa terça-feira (24), em Santiago do Chile, a sua primeira medalha de ouro em uma edição de Jogos Pan-Americanos. Ela alcançou uma média de 14.983 (15.333 e 14.633) na prova de salto sobre a mesa, adicionando assim mais um título à carreira: além de campeã olímpica, mundial, agora é também pan-americana. Jordan Chiles (14.150), dos Estados Unidos, e Natalia Escalera (13.333), do México, ficaram com a prata e o bronze.
Última atleta a entrar em ação, a paulista precisava superar a americana Jordan, que assumiu a liderança ao marcar 14.150. E logo na tentativa inicial a representante do Brasil desbancou a adversária com um “cheng” irretocável. A ginasta saltou com perfeição e cravou os pés no solo, recebendo a nota de 15.333.
No segundo salto, já ciente de que havia assumido a liderança, Rebeca assinalou 14.633 (média de 14.983) e comemorou o resultado. O Brasil não subia ao lugar mais alto do pódio em um Pan desde a edição de 2007, no Rio de Janeiro, com Jade Barbosa.
“Toda medalha é especial. Estar aqui, conseguir um ouro, não tem palavras. Eu fiquei orgulhosa, porque eu fico quando dou um salto. Foi um ouro merecido, sabe? Foi (perfeito). Sempre pode melhorar, mas foi”, disse a atleta.
Barras
Rebeca Andrade buscou uma nova medalha de ouro, desta vez, nas barras assimétricas, mas bateu na trave. A atleta canarinho até liderou (14.333), parcialmente, mas Zoe Miller (14.666) a empurrou para a segunda colocação e se manteve em primeiro lugar. A ginasta ficou com a prata e comemorou ao lado da amiga Flavinha Saraiva, dona do bronze (13.733).
Campeã olímpica e mundial, Rebeca deu um pequeno salto ao aterrissar depois da apresentação, mas executou corretamente a sua série. Flavinha, que pela primeira vez disputou uma final da modalidade no Pan, celebrou o terceiro lugar exibindo a bandeira do País ao lado da amiga.
Flavinha Saraiva enalteceu a sua capacidade de superação, em entrevista após a prova, afinal, reconhece que tem dificuldades nas barras assimétricas.
“Essa é a medalha que estou mais feliz no Pan, porque era a mais longe de mim. Pódio duplo do Brasil, não tem alegria maior. Eu falei para a Rebeca: ‘Vou tentar fazer minha melhor série para conseguir minha maior nota possível, melhorar minha execução’. Eu acreditava lá no fundo. Temos que acreditar nos nossos sonhos, nos nossos objetivos. Eu tenho dificuldades nas paralelas, meu treinador sabe todos os dias o que passamos. Executar da melhor forma possível, com as pessoas que me amam e torcem por mim aqui, não tem alegria maior.”
Ouro e prata no dia, Rebeca Andrade também celebrou a dobradinha com Flávia Saraiva e as duas medalhas inéditas conquistadas pelas duas atletas na prova das barras assimétricas.
“É sempre bom dividir o pódio com alguém da sua equipe. Eu queria muito, no Mundial, que isso acontecesse, e a gente queria que isso acontecesse aqui também. São medalhas inéditas, porque a Flávia também nunca ganhou medalha na paralela, e eu também nunca vi pro Pan, então é inédito de qualquer forma. Para a gente é sensacional.”
Individual geral
O susto na prova do individual geral ficou para trás. Arthur Nory levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima no solo faturar a medalha de prata. A felicidade do ginasta ao terminar a sua apresentação já sinalizava que havia grandes chances de chegar ao pódio. O brasileiro teve uma ótima performance, anotou 13.933 e ficou em segundo lugar, atrás do canadense Felix Dolci (14.233), dono de mais um ouro no Pan. O bronze ficou com o colombiano Juan Larrahondo.
“Estou muito feliz. Ontem (segunda-feira) foi um dia bem cansativo, difícil, então é virar a chavinha. Vou comemorar um pouquinho hoje (terça), mas já virar a chavinha porque quarta tem duas finais bem difíceis. Vim para buscar essa medalha no solo. Foi minha terceira final de Jogos Pan-Americanos, e consegui minha primeira medalha. Estou muito feliz com isso.”
“Eu sabia que seria puxado esse final de ano. A gente se prende nessa felicidade de estar aqui, poder representar, poder vestir a camisa do Time Brasil, poder participar do Pan, então isso apaga um pouco desse cansaço. Estar aqui, poder competir mais uma vez, não tem como explicar. Está todo mundo bem cansado, mas todo mundo muito feliz de estar aqui.”
O outro integrante do Brasil na prova, Yuri Guimarães, de 20 anos de idade, cometeu muitos erros ao se apresentar e ficou em oitavo lugar ao assinalar 11.966. A sua imagem chorando foi exibida no telão, e o público o aplaudiu.
Fonte: Pampa Divulgação: scctv.net.br