Em entrevista ao Jornal Gente, Paulo Rabello de Castro analisou a decisão do Copom que interrompe uma série de sete cortes consecutivos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano. A decisão desta quarta-feira (19) interrompe uma série de sete cortes consecutivos.
“Não se trata de decisão correta ou incorreta, mas sim é uma decisão inevitável”, disse.
Segundo o Banco Central, o Copom tomou a decisão de maneira unânime e a ata destaca “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.
Para o ex-presidente do BNDES, a unanimidade da decisão mostra que “apesar de convicções ideológicas e partidárias, o comitê entendeu que era preciso manter a Selic”.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986.
Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o ex-presidente do BNDES, a taxa de juros pode ser considerada um “remédio-veneno”.
“Aquilo que te faz crescer, pode te matar. O Brasil vem tomando essa dose exagerada de juros. Se a parte fiscal está fora do lugar por que essa parte não conversa com a parte monetária, isso se chamaria conselho monetário nacional, que um dia foi um instituição séria. Esse conselho poderia ser um conselho independente de Estado que deveria dar as ordens ao Banco Central”. avaliou Paulo Rabello de Castro.
Fonte: Redação Rd Bandeirantes – Divulgação: scctv.net.br/Rádio Giramundoweb