Reivindicação por melhorias estruturais se soma a demandas de reposição salarial e pagamento de horas extras – Foto: Vinicius Pereira / Asdep
Infiltrações, rachaduras e goteiras são alguns dos problemas registrados em delegacias Rio Grande do Sul afora, conforme a Associação dos Delegados de Polícia (Asdep). A entidade, que demanda reposição salarial e pagamento de horas extras efetivamente cumpridas, também incluiu as melhorias estruturais dos imóveis no bojo de reivindicações. A Chefia de Polícia declarou que trata a questão com celeridade.
O presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek, afirma que a categoria pensa em esvaziar os prédios danificados. “O governo fala que a Segurança é prioridade mas, além de não ajustar salários, permite que as delegacias continuem em estado precário. As estruturas estão defasadas, há infiltrações, chove dentro das delegacias, entre outros problemas. Queremos que nos tratem com dignidade. Não descartamos o esvaziamento dos prédios”, destacou.
Um dos exemplos citados pelo presidente da Asdep é a DP de Antônio Prado, na Serra. O imóvel foi interditado pela Secretaria Estadual de Obras Públicas, por risco de colapso da edificação. O perigo de desabamento forçou os policiais a irem para o município de Ipê.
Em Porto Alegre, um dos espaços danificados é o Palácio da Polícia. O prédio, localizado na esquina das avenidas Ipiranga e João Pessoa, teve parte do telhado arrancado pela força do vento durante o temporal do dia 17 de janeiro. Além disso, há danos na fiação e em parte da madeira da cobertura.
Um laudo técnico do Departamento de Administração Policial recomenda que o terceiro andar da sede da Polícia Civil gaúcha seja esvaziado. O motivo é a impossibilidade de garantir a segurança e a integridade física dos servidores e usuários do imóvel.
De acordo com o subchefe de Polícia, delegado Heraldo Guerreiro, que está respondendo pela Chefia, um pedido de reformas em caráter emergencial foi encaminhado à Secretaria de Obras Públicas no ano passado. A situação, explica, se agravou com o último temporal. “Já estamos em tratativas para a locação de um imóvel que abrigue o terceiro andar até a reforma total do telhado”, enfatizou o delegado.
Em nota, a corporação reforçou que providências estão sendo tomadas para reparar todos os danos, principalmente no que tange à cobertura do Palácio da Polícia. O comunicado destaca ainda que os procedimentos para viabilizar a reforma estão sendo tratados com celeridade.
As denúncias ocorrem em meio ao impasse sobre o reajuste salarial da categoria que, como forma de protesto, também suspendeu entrevistas e a divulgação de operações. O presidente da Asdep afirmou que foi sugerido o reajuste de 40%, escalonado ao longo de três anos. A proposta reduz o aumento de 60% almejado inicialmente.
Segundo Wondracek, não houve resposta e nem contraproposta do Executivo Estadual. “O governo utiliza a queda nos índices criminais como publicidade, enquanto estamos há dez anos sem reajuste e com perdas inflacionárias de 30%”, ponderou o delegado.
Leia a nota da Polícia Civil:
Diante das avarias causadas pelo último temporal em Porto Alegre, neste mês de janeiro, a Polícia Civil do RS informa que estão sendo tomadas as providências cabíveis no sentido de reparar todos os danos, principalmente no que tange à cobertura do Palácio da Polícia.
Outrossim, a Chefia de Polícia aduz que os encaminhamentos necessários são tratados com celeridade, a fim de que os prejuízos sejam reparados com a devida urgência.
Fonte: Marcel Horowitz/Rádio Guaíba – Divulgação: scctv.net.br/Rádio Giamundoweb